Prolapso retal em gatos

Prolapso retal em gatos: o que é, causas, urgência e tratamento (guia completo 2025)

Felinos · Emergência

Prolapso retal em gatos: o que é, causas, primeiros socorros e tratamento

O prolapso retal em gatos acontece quando a porção interna do reto se exterioriza pelo ânus, formando um “tubo” ou “roseta” de tecido vermelho e úmido visível na região anal. É uma urgência: o tecido pode inchar, necrosar e contaminar rapidamente. Aqui você entende como reconhecer, o que fazer na hora, as principais causas, os exames indicados, tratamentos (redução, sutura, cirurgia) e a prevenção.

Suspeita de prolapso retal no seu gato? Atendimento imediato na Clínica Veterinária 24h Meu Pet Santa Amélia (BH). Triagem, estabilização e tratamento.

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Como reconhecer o prolapso retal em gatos

  • Massa tubular/vermelha saindo pelo ânus (pode ter aspecto de “flor/roseta”).
  • Tenesmo (força repetida para defecar/urinar), miados, desconforto ao usar a caixa de areia.
  • Lambedura constante, sangue/muco nas fezes, constipação ou diarreia.
  • Edema (inchaço) do tecido exteriorizado; com o tempo pode ficar escuro/arroxeado (sofrimento/necrose).

Diferenciais: hemorroidas não são comuns em gatos. Lesões ao redor do ânus, pólipos e intussuscepção retal podem se apresentar de forma semelhante e exigem avaliação veterinária.

Causas mais comuns do prolapso retal em gatos

Quase sempre há uma causa subjacente que faz o gato “forçar” (tenesmo). Entre as principais:

  • Diarreia aguda/crônica (alergias alimentares, infecções bacterianas/virais, giárdia, coccídeos).
  • Constipação/obstipação, fezes muito ressecadas, megacólon.
  • Verminose (especialmente filhotes): parasitas intestinais que provocam diarreia/tenesmo.
  • Corpos estranhos, pólipos retais, massas/neoplasias.
  • Cistite ou obstrução urinária (machos): o gato “faz força” para urinar e pode prolapsar.
  • Trauma (quedas, atropelamento) e alterações neurológicas do assoalho pélvico.
  • Pós-parto e outras condições que aumentam pressão abdominal (menos comuns em felinos).

Filhotes e jovens são mais suscetíveis por verminoses e diarreias; idosos, por constipação/megacólon.

Primeiros socorros: o que fazer (e o que evitar)

O que fazer imediatamente

  • Evite que o gato lamba: coloque colar elizabetano se tiver.
  • Mantenha o tecido úmido: com soro fisiológico estéril (ou água filtrada fervida e fria, na falta) e gaze limpa levemente umedecida. Não esfregue.
  • Transporte em caixa forrada, mantendo o gato calmo e aquecido.
  • Procure atendimento 24h o quanto antes — quanto mais rápido, maior a chance de preservarmos o tecido.

O que evitar

  • Não tente empurrar de volta em casa: sem analgesia/assepsia, você pode lesar a mucosa e piorar a condição.
  • Não use pomadas “humanas”, cremes fortes, álcool, vinagre ou gelo direto.
  • Não ofereça laxantes/antidiarreicos humanos — muitos são tóxicos para gatos.
  • Evite comida grande/ossinhos; se o gato estiver desidratado ou com vômito, mantenha jejum até avaliação.

Na clínica podemos aplicar analgesia, reduzir o edema com agentes hiperosmóticos e realizar a redução com técnica asséptica — com ou sem sutura em bolsa (purse-string) — além de tratar a causa.

Como tratamos na clínica

  • Triagem e analgesia: estabilizamos dor, avaliamos hidratação e riscos associados.
  • Redução do edema: compressas com soro morno e, quando indicado, agentes hiperosmóticos (ex.: glicose hipertônica/sacarose) para “desinchar” o tecido.
  • Redução manual do prolapso sob sedação/anestesia e lubrificação adequada.
  • Sutura em bolsa de tabaco (purse-string) no ânus para evitar recidiva imediata, sem fechar excessivamente (o gato precisa defecar). A sutura pode ser temporária (dias) e removida após controle da causa.
  • Tratamento da causa: antiparasitários, dieta e fibras/umectantes, antibióticos quando indicados, anti-inflamatórios/analgésicos, cateterismo/UR em machos com obstrução urinária, etc.
  • Cirurgia quando:
    • O tecido está necrosado ou inviável (ex.: ressecção do segmento afetado).
    • recidivas mesmo com sutura/controle da causa (ex.: colopexia em megacólon ou intussuscepção).
    • Existem pólipos/massas que exigem remoção.
  • Pós-operatório: amolecedores de fezes, dieta úmida/fibras, hidratação, analgesia e colar para evitar lambedura.
Atendimento 24h, exames no local Hematologia, raio-X, ultrassom e suporte cirúrgico.

Exames e investigação da causa

  • Coproparasitológico (múltiplas amostras) e testes para giárdia/coccídeos.
  • Hemograma e bioquímica: avaliam inflamação, desidratação e função renal/hepática.
  • Urina (especialmente machos) se houver esforço para urinar.
  • Raio-X/Ultrassom abdominal: pesquisa de corpos estranhos, massas, megacólon e intussuscepção.
  • Proctoscopia/colonoscopia quando necessário (pólipos, estenoses, mucosa doente).

Eliminada a causa e protegida a mucosa, o prognóstico costuma ser bom. Recorrências sugerem causa persistente (constipação crônica, megacólon, parasitas não erradicados, massas) e podem requerer cirurgia definitiva.

Tabela: causa × outros sinais × conduta

Referência rápida — o diagnóstico e a conduta são veterinários.
Causa provávelOutros sinaisExames úteisConduta inicial
Diarreia infecciosa (giárdia, coccídeos)Fezes moles, muco, cheiro forte, perda de pesoCoproparasitológico, testes antigênicosRedução + sutura se preciso, antiparasitários e dieta
Constipação/megacólonEsforço sem evacuar, fezes ressecadas, dorRaio-X, US, toque retalAmolecedores, fluidoterapia, eventual cirurgia (colopexia/ressecção)
Cistite/obstrução urinária (machos)Esforço para urinar, vocalização, gotejamentoUrina, US, eletrólitosDesobstrução, analgesia, reduzir prolapso após estabilizar
Pólipos/massas retaisSangramento retal, tenesmo crônicoProctoscopia/US, biópsiaExérese de pólipo/massa ± correção do prolapso
Parasitas intestinais (filhotes)Barriga globosa, apetite variávelCoproparasitológico seriadoVermifugação protocolada, higiene da caixa

Prevenção e cuidados em casa

  • Vermifugação regular (especialmente filhotes) e controle de giárdia quando indicado.
  • Dieta equilibrada com água à vontade e, quando recomendado, fibras/umidade para evitar constipação.
  • Higiene da caixa de areia: limpa, em número suficiente (1 caixa por gato + 1), longe de ruídos.
  • Trate cedo diarreias/constipações — não espere “passar sozinho”.
  • Pós-tratamento: use colar elizabetano até liberação, administre medicações corretamente e retorne para revisão.

Leituras úteis: o xixi do meu gato está vermelho · castrar gata no cio · cuidados pet.

Perguntas frequentes sobre prolapso retal em gatos

Prolapso retal em gatos é sempre cirurgia?

Nem sempre. Muitos casos resolvem com redução, purse-string temporária e tratamento da causa. Cirurgia é indicada diante de necrose, recidivas ou doenças estruturais (pólipos, megacólon, intussuscepção).

Posso usar pomada de farmácia para “entrar” de volta?

Não. Produtos inadequados irritam/contaminam a mucosa. A redução deve ser asséptica e com analgesia na clínica.

Se “sumiu” sozinho, ainda preciso ir ao veterinário?

Sim. Pode ter havido apenas uma evaginação transitória, mas existe causa por trás (diarreia/constipação/UR) que precisa ser tratada para evitar recidiva.

Quanto tempo demora para recuperar?

Varia com a causa e a vitalidade do tecido. Em casos leves, dias com dieta, amolecedores e colar. Em cirurgias, algumas semanas com reavaliações.

Gatos têm hemorroida?

O termo não se aplica da mesma forma que em humanos. A maioria dos “caroços” anais em gatos está ligada a prolapso, pólipos ou inflamações — motivo para consulta.

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