leishmaniose em cães

Leishmaniose em cães: sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção (guia completo 2025)

Zoonoses · Prevenção

Leishmaniose em cães: sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção (guia completo)

A leishmaniose é uma doença causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitida pela picada do mosquito-palha (flebotomíneo). Em cães, a forma mais relevante no Brasil é a leishmaniose visceral canina (LVC). Este guia explica como se pega, os sinais clínicos, como funciona o diagnóstico, quais são as opções de tratamento permitido no país, e as melhores estratégias de prevenção para proteger seu pet e a família. Também respondemos às dúvidas mais frequentes e desmistificamos crenças comuns.

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O que é leishmaniose (em cães e humanos)

A leishmaniose é uma zoonose — doença que pode afetar animais e humanos — provocada por protozoários do gênero Leishmania. No Brasil, o principal agente da forma canina e humana visceral é Leishmania infantum (também conhecida como L. chagasi). A transmissão acontece, sobretudo, pela picada da fêmea do mosquito-palha (flebotomíneos, popularmente “birigui”, “cangalhinha”), que se infecta ao sugar sangue de um reservatório com parasitas circulantes e pode transmitir para outro hospedeiro.

Existem duas apresentações principais em cães e pessoas:

  • Leishmaniose visceral (LVC/LVH): afeta órgãos internos (baço, fígado, medula óssea) e o sistema imune; é a forma de maior impacto em saúde pública.
  • Leishmaniose cutânea (LC): caracteriza-se por lesões de pele ulceradas. Em cães, a preocupação maior é a forma visceral, mas lesões de pele também são frequentes.

Ponto-chave: não há transmissão direta por contato entre cães ou do cão para o humano (beijo, carinho, fezes). O vetor é o mosquito-palha. Por isso, a barreira repelente é central no controle.

Como se pega: vetor, ciclo e sazonalidade

O ciclo da infecção

O flebotomíneo pica um cão infectado e ingere formas amastigotas do parasita. No intestino do inseto, essas formas se transformam em promastigotas (infectantes). Na próxima picada, o mosquito inocula as formas promastigotas na pele do novo hospedeiro. No cão, os parasitas são capturados por células de defesa e voltam ao estágio amastigota, multiplicando-se em diversos tecidos.

O período de incubação em cães é variável — de semanas a muitos meses. Cães podem permanecer assintomáticos por longos períodos, mas ainda assim servirem como fonte de infecção para o vetor.

Ambiente, clima e hábitos

  • O mosquito-palha tem hábitos crepusculares e noturnos (fim da tarde ao amanhecer).
  • Reproduz-se em ambientes orgânicos úmidos: folhas, galhadas, lixo, abrigos de animais, solos sombreados.
  • Áreas urbanas arborizadas, quintais com matéria orgânica e presença de cães aumentam a densidade vetorial.
  • Estiagem seguida de chuvas e calor favorece picos sazonais.

Controle ambiental (limpeza, iluminação externa, manejo de abrigos) e barreiras repelentes no cão reduzem muito o risco.

Sintomas de leishmaniose em cães

O quadro clínico varia. Alguns cães têm doença discreta; outros desenvolvem manifestações extensas por inflamação crônica e deposição de imunocomplexos. Os sinais mais comuns incluem:

  • Perda de peso e massa muscular com apetite variando (caquexia).
  • Pelo opaco, caspa, dermatites e feridas de difícil cicatrização (principalmente em orelhas, focinho, ao redor dos olhos).
  • Onicogrifose (crescimento exagerado e deformado das unhas).
  • Linfadenomegalia (gânglios aumentados), esplenomegalia (baço aumentado).
  • Lesões oculares: conjuntivite, uveíte, secreção ocular.
  • Problemas renais (proteinúria, insuficiência) — são decisivos no prognóstico.
  • Letargia, intolerância ao exercício, febre baixa (nem sempre).
  • Lesões cutâneas ulceradas, crostas, hiperqueratose no nariz, fissuras nas almofadas plantares.
  • Sangramentos nasais (epistaxe), principalmente em fases avançadas.

Como esses sinais podem se confundir com outras doenças (doenças endócrinas, demodicose, alergias, doenças renais/autoimunes), o diagnóstico laboratorial é indispensável.

Sinais cutâneos + perda de peso
Unhas gigantes/encurvadas
Baço/gânglios aumentados
Proteinúria/insuficiência renal

Diagnóstico: quando testar, quais testes e como interpretar

Indicamos testar quando o cão mora/visitou áreas de risco e apresenta sinais compatíveis (pele, unhas, emagrecimento, linfonodos aumentados, alterações renais) ou quando há suspeita epidemiológica (ex.: convivência com cães positivos na vizinhança). Em campanhas públicas, cães assintomáticos também podem ser testados.

Testes mais utilizados

  • Triagem sorológica (testes rápidos/ELISA): detectam anticorpos contra Leishmania. Úteis para triagem e vigilância, mas não quantificam parasita.
  • PCR (qPCR): detecta DNA do parasita em amostras de sangue, medula, linfonodo ou pele; ajuda na confirmação e monitoramento.
  • Citologia/Histopatologia: visualização direta de amastigotas em linfonodo, pele, baço/medula; é confirmatória quando positiva.
  • Exames complementares: hemograma, bioquímica (ureia/creatinina, proteínas), urinálise (proteinúria) e, se necessário, punção de medula/linfonodo.
Interpretação: resultado isolado pode confundir (falso positivo/negativo em diferentes estágios). A decisão clínica combina histórico, exame físico e mais de um teste. O médico-veterinário interpreta e define a conduta.

Em regiões com programas oficiais, notificações e fluxos de encaminhamento seguem normas municipais/estaduais. Orientamos o tutor sobre os próximos passos e o manejo responsável.

Tratamento e acompanhamento

O objetivo do tratamento na leishmaniose canina é reduzir a carga parasitária, controlar sinais clínicos, melhorar a qualidade de vida e diminuir a infectividade para o mosquito. No Brasil, o manejo deve seguir a legislação vigente e a prescrição veterinária — não utilize fármacos por conta própria.

Como é o plano terapêutico

  • Terapia específica com antileishmania (escolha e duração variam por quadro, peso, função renal e normas locais).
  • Terapia adjuvante: alopurinol (controle metabólico), protetores renais (ajuste da proteinúria/pressão), hepatoprotetores, reposição nutricional e manejo de pele (antissépticos/antibióticos tópicos conforme necessidade).
  • Controle da dor e do prurido quando presentes.
  • Barreiras repelentes contínuas (coleiras/spot-on) para proteger o cão e reduzir risco ambiental.
  • Acompanhamento com reavaliações clínicas e laboratoriais (função renal, proteínas, urinálise, eventualmente PCR/sorologia para monitorar).

Importante: muitos cães melhoram clinicamente, mas podem manter baixa positividade em exames por longo tempo. O manejo é crônico, focado em qualidade de vida e prevenção da transmissão.

Prognóstico

  • Depende da função renal na apresentação (proteinúria/azotemia pioram o cenário).
  • Respostas são melhores quando o diagnóstico e o início do tratamento ocorrem precocemente.
  • Adesão do tutor ao acompanhamento e à prevenção vetorial é determinante.
Precisamos avaliar seu caso individualmente Triagem, escolha do protocolo e exames de controle são feitos pelo veterinário.

Prevenção completa: repelentes, ambiente e vacinação

Como a transmissão depende do mosquito-palha, a prevenção combina proteção individual do cão com controle ambiental e, quando indicado, vacinação. Nenhuma medida isolada é 100% — o melhor resultado vem da estratégia combinada.

1) Barreiras repelentes

  • Coleiras repelentes/inseticidas (p.ex., com piretróides): fornecem proteção sustentada por semanas/meses. Ajuste correto ao pescoço, sem folgas.
  • Spot-on/sprays repelentes: úteis como reforço em épocas de maior atividade do vetor.
  • Rotina: substitua conforme validade do produto; não retire a coleira à noite (período de maior atividade do mosquito).

2) Manejo ambiental

  • Limpeza de quintais, retirada de folhas, lixo orgânico e restos de ração.
  • Abrigos de animais secos, limpos, bem iluminados e elevados do solo.
  • Telas finas em janelas/caninhos, ventilação e iluminação externa para reduzir atração de vetores.
  • Evitar passeios no crepúsculo/noite em áreas endêmicas sem proteção.

3) Vacinação

No Brasil existem vacinas para leishmaniose canina disponibilizadas de acordo com a legislação e a oferta de produtos. Em geral:

  • Exigem teste pré-vacinal (cão deve ser negativo antes de iniciar o protocolo).
  • São indicadas como parte da estratégia; não substituem as barreiras repelentes nem o controle ambiental.
  • Reforços periódicos podem ser necessários.

Vamos analisar o risco individual (bairro, rotina, viagens, quintal, convivência com cães) para recomendar o melhor plano de proteção. Veja também nosso guia de cuidados pet e vacinar cachorro.

Mitos e verdades sobre leishmaniose

Mitos comuns

  • “Passa pelo toque/saliva do cão”mito. A transmissão é via mosquito.
  • “Coleira é opcional” — mito. É a principal barreira individual, especialmente em áreas endêmicas.
  • “Se não tem ferida, não tem leish” — mito. Muitos cães positivos começam sem lesões aparentes.
  • “É tudo igual a outras ‘sarnas’” — mito. Leishmaniose é protozoário; exige manejo específico.

Verdades importantes

  • Controle vetorial (repelentes + ambiente) é o pilar da prevenção.
  • Diagnóstico requer testes laboratoriais; sintomas isolados não bastam.
  • Manejo é crônico: acompanhamento periódico mantém qualidade de vida e reduz riscos.
  • Educação do tutor e responsabilidade com a comunidade fazem diferença.

Leishmaniose e risco para humanos: convivência segura

Humanos e cães compartilham o mesmo vetor. Pessoas imunossuprimidas, crianças e idosos são mais vulneráveis às formas graves da doença. Medidas práticas para famílias:

  • Mantenha o cão protegido com repelente e o ambiente limpo.
  • Use telas/repelentes e evite exposição ao mosquito no crepúsculo.
  • Se houver caso humano no bairro, reforce a prevenção nos animais e informe-se com a unidade de saúde.
  • Qualquer sintoma humano (febre prolongada, perda de peso, baço aumentado) precisa de consulta médica — o atendimento humano é com infectologista/serviço de saúde.

“Cães saudáveis e bem protegidos ajudam a reduzir a circulação do parasita no ambiente.”

Tabela-resumo: sinais × exames × conduta

Use como referência. O diagnóstico e a conduta são veterinários.
CenárioSinais/achadosExames sugeridosConduta inicial
Cão com lesões cutâneas + perda de pesoFeridas crônicas, onicogrifose, gânglios aumentadosTriagem sorológica + hemograma/bioquímica/urinálise; considerar PCRIniciar manejo de pele, proteção repelente e aguardar confirmação
Assintomático em área endêmicaSem sinais; convivência com positivos na vizinhançaTriagem sorológica conforme campanha; avaliação clínicaManter coleira/repelente, orientar ambiente; reavaliar periodicamente
Proteinúria/insuficiência renalUrinálise com proteína elevada, creatinina alteradaExames renais completos; confirmar leishmania por sorologia/PCRAjuste renal, dieta específica e decisão terapêutica individualizada
Lesão cutânea atípicaÚlcera resistente a tratamento comumCitologia/biopsia; PCR de tecidoTratar ferida, controlar dor e prurido; prevenção vetorial

Perguntas frequentes sobre leishmaniose

Meu cão positivo pode conviver com a família?

Sim, com manejo responsável: uso contínuo de coleira/repelente, tratamento e ambiente limpo reduzem a chance de o mosquito adquirir o parasita. Não há transmissão por contato direto.

É obrigatório tratar? O que diz a legislação?

A leishmaniose é de notificação compulsória e o manejo deve seguir a norma local. Tratamentos em cães no Brasil obedecem a regulamentações específicas. Avaliaremos seu caso e orientaremos de acordo com a legislação vigente no município/estado.

Vacina substitui coleira repelente?

Não. A vacinação é complementar e, em geral, exige teste prévio negativo. A barreira repelente é indispensável mesmo após vacinar.

O tratamento “cura” definitivamente?

Falamos em controle: muitos cães melhoram muito e vivem bem, porém podem permanecer positivos em algum nível e requerem acompanhamento.

Tenho mais de um cão. O que fazer?

Todos devem usar barreiras repelentes e passar por avaliação. Ajustamos a rotina (passeios, abrigos, limpeza) para o grupo.

Quais sinais renais devo observar?

Sede/urina aumentadas, perda de apetite, vômitos, mucosas pálidas, fraqueza. Procure a clínica para exames (urinálise, proteinúria, perfil renal).

Posso viajar com meu cão para área endêmica?

Sim, mas leve coleira repelente atualizada, spot-on de reforço, evite passeios noturnos em locais arborizados e durma com tela/mosquiteiro.

Quais produtos usar no ambiente?

Comece por higiene e iluminação. Produtos específicos podem ser indicados após inspeção — priorizamos manejo ambiental seguro para pessoas e animais.

Quando procurar atendimento com urgência

  • Prostração intensa, vômitos repetidos, diarreia com sangue ou desidratação.
  • Epistaxe (sangramento nasal) contínua ou mucosas muito pálidas.
  • Perda de apetite por mais de 24–48h, perda de peso rápida.
  • Dor ou feridas extensas que pioram rapidamente.
  • Alterações neurológicas ou respiratórias.
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Checklist de proteção para famílias em áreas de risco

  • Coleira repelente válida no cão (sem folga, limpa) + spot-on em épocas críticas.
  • Quintal limpo, sem folhas/lixo orgânico, abrigo elevado e seco.
  • Rotina: evitar passeios no crepúsculo/noite em locais arborizados sem proteção.
  • Telas/mosquiteiros em áreas de dormir; iluminação externa.
  • Vacinação discutida com o veterinário (após teste negativo), se disponível.
  • Check-ups periódicos (pele, unha, peso, rins) e testagem quando indicado.
  • Educação da família: a transmissão é via mosquito; carinho não transmite.

Queremos que seu pet viva bem e com segurança. Se precisar, avaliamos seu quintal e rotina para montar um plano personalizado.

Precisa de ajuda agora? A Clínica Veterinária 24h Meu Pet Santa Amélia realiza testagem, tratamento e orientação de prevenção.

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