Cachorro bebe água vomita: causas, urgência e o que fazer

Cachorro bebe água vomita: o que observar

Antes de tudo, tente identificar o padrão:

• Tempo até vomitar: é imediato após beber ou demora alguns minutos?
• Características do conteúdo: água clara e espuma indicam regurgitação/estômago irritado; amarelo (bile) sugere estômago vazio/irritação; vermelho/marrom (“borra de café”) é alerta.
• Esforço: regurgitação (sem esforço, conteúdo “sobe”) x vômito (náusea, contrações abdominais).
• Sintomas associados: apatia, dor abdominal, diarreia, febre, distensão, tosse/engasgos (aspiração).
• Gatilhos: bebe muito rápido, logo após exercício, água muito fria, troca de água/ambiente.

Dica prática: anote horários, volume e aparência. Essas pistas ajudam o veterinário a diferenciar causas.

Causas comuns

• Ingestão muito rápida (aerofagia): o cão engole ar e água em excesso; o estômago distende e o organismo expulsa. Ocorre muito após brincadeiras e calor.
• Gastrite/irritação gástrica: jejum prolongado, dieta rica em gordura, restos, plantas, água de má qualidade; pode vir com náusea e hipersalivação.
• Refluxo biliar / “síndrome do vômito bilioso”: vômito amarelo em jejum (madrugada/manhã), às vezes logo após beber.
• Doença esofágica (ex.: megaesôfago): regurgitação de água pouco depois de beber, sem esforço; risco de aspiração. Precisa de avaliação e manejo específicos.
• Corpo estranho (brinquedo/ossos/objetos): causa náusea, dor, hipersalivação e vômitos repetidos.
• Gastroenterite infecciosa/parasitária ou pancreatite: vômitos com diarreia/dor abdominal, pior após comer/beber.
• Doenças sistêmicas (renal, hepática, endócrina): podem cursar com vômitos e aumento da sede.
• Dilatação/torção gástrica (GDV): em raças de tórax profundo, beber muito rápido e atividade após grandes volumes podem preceder distensão, tentativas de vômito “a seco” e inquietação. É emergência.

Quando é urgência

• Vômitos repetidos (≥3 episódios em poucas horas) ou vômito com sangue.
• Abdômen distendido, duro, inquietação e tentativas de vomitar sem sair nada (sugere GDV).
• Apatia intensa, dor abdominal, febre, desmaio, tremores/convulsões.
• Filhotes, cães mini e geriátricos: desidratam rápido e complicam com hipoglicemia.
• Sinais respiratórios (tosse/chiado) após regurgitar água — risco de pneumonia por aspiração.

Regra prática: observou sinais de alerta? Procure atendimento 24h sem esperar.

O que fazer agora (com segurança)

1. Ofereça água em pequenas quantidades (sips) a cada 10–15 min; evite “encher o pote”. Se vomitar de novo, aguarde um pouco e recomece em menor volume.
2. Use recursos anti-ansiedade/anti-gulps: tigelas slow, cubinhos de gelo para lamber, altura confortável (sem forçar o pescoço).
3. Evite exercício logo após beber e não use remédios humanos. Anti-eméticos e protetores gástricos só com orientação.
4. Observe 12–24h se o cão estiver bem, sem outros sinais. Persistindo, procure avaliação com exames (sangue, fezes, imagem).
5. Suspeita de regurgitação/megaesôfago: mantenha o cão mais vertical por alguns minutos após beber e busque diagnóstico.

Prevenção

• Controle o ritmo: tigelas lentas, mais pontos de água e porções menores após brincadeiras.
• Qualidade da água: limpa e fresca; evite bebedouros externos contaminados.
• Dieta e rotina: refeições regulares; evite sobras gordurosas. Transições de ração sempre gradual.
• Check-ups: se os episódios se repetem, investigue causas gástricas, esofágicas e sistêmicas.

Para outros sinais gastrointestinais, veja nossos conteúdos: cachorro com cocô mole e cachorro amuado sem comer (links internos).

Perguntas frequentes